Crise ao volante: a escassez de motoristas desafia o transporte de cargas no Brasil

O setor de transporte rodoviário é a espinha dorsal da economia brasileira: cerca de 65 % das cargas seguem pela estrada. Mas uma crise silenciosa ameaça esse sistema vital — a escassez de motoristas está criando um colapso logístico.

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Dados que assustam

Em dez anos, o Brasil perdeu cerca de 1,1 milhão de profissionais habilitados: caiu de 5,5 milhões em 2013 para 4,4 milhões em 2023.

A idade média subiu para 53,5 anos e apenas 4 % dos motoristas têm menos de 30 anos.

Globalmente, faltam mais de 3,6 milhões de motoristas profissionais.

O custo do frete no Brasil subiu cerca de 15 % entre 2020 e 2023, segundo dados do BNDES.

Por que isso ocorre?

Envelhecimento da categoria: faltam jovens no volante.

Custos altos de habilitação e veículos: difícil incentivo financeiro.

Condições de trabalho extenuantes: longas jornadas, baixa infraestrutura e riscos — o que afasta novos profissionais.

E as consequências?

Impacto no abastecimento: 65 % das cargas viajam por estrada — sem motoristas, os produtos param.

Aumento de custos operacionais: faltam condutores, salários sobem, fretes tornam-se mais caros.

Risco ao comércio e indústria: atrasos, elevação de preços, dificuldades logísticas recorrentes.

O que fazer?

Empresas precisam investir de forma estratégica em:

Formação e atração de novos motoristas, inclusive jovens e mulheres.

Melhoria nas condições de trabalho, com infraestrutura digna e jornadas equilibradas.

Qualificação e reconversão profissional, para condução de veículos mais tecnológicos.

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